quarta-feira, 3 de setembro de 2008

“Amarre seu carro numa estrela”


Esta frase de Leonardo Da Vinci revela, primeiramente, um traço comum de todos os seres humanos. Estamos sempre vinculados a alguma coisa. Alguns estão vinculados a uma vida de prazeres materiais, outros a uma luta social, outros a Deus, à família, e a lista segue sem fim. Em síntese podemos tentar resumir: ou estamos vinculados a coisas materiais (visíveis, corpóreas) ou a “coisas” imateriais (invisíveis, psicológicas e espirituais).
Mas então surge uma pergunta: o que é o vínculo que nos une a estas coisas, tantas pelas quais todos os homens (e mulheres) “correm atrás”? O que nos une ao nosso objetivo, o que nos vincula ao que queremos, é o desejo. É o desejo pelo carro, por um relacionamento, o desejo de estar próximo de Deus, da família.
Assim, nos propomos à seguinte reflexão:
Nossa vida depende da qualidade de nossos desejos. Uma boa qualidade de vida, depende da qualidade de nossos desejos, eles serão como lemes, nos direcionando para coisas boas ou para coisas ruins.
Muitos amarram seus desejos em riquezas materiais, que as traças roem e os ladrões roubam.
Assim como o destino de tais riquezas materiais é o destino dos corações das pessoas que nelas confiam: ambas, igualmente, vão perecer. Chegamos num ponto chave: é preciso transcender. Não queremos que a felicidade dada pelas coisas deste mundo seja tudo, precisamos de algo mais, afinal, “existe algo mais que tudo”! É preciso ir além do desejo pelo visível, pelo palpável. Não podemos nos prender às coisas transitórias, que vão desaparecer na corrosão do tempo. Precisamos nos prender a algo que não tenha fim, que seja eterno, que nos tire do Relativo e nos leve ao Completo.
Um carro, uma profissão, o status social... toda a riqueza e a alegria que destas coisas vêm, sempre será relativa: estará presa no tempo, sempre nos faltará algo...Como diz Carlos Drummond de Andrade: “O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza".
Aos contrário destas “riquezas”, Deus não está preso no tempo, e se nós estivermos presos a Ele, seremos livres na imensidão da Eternidade. A felicidade, que dantes era relativa, nEle é Absoluta, o que tinha limite, agora não tem.
Muitos se frustram, e aqui está um pouco da razão para isto: elas põem seus desejos em coisas materiais, que mudam conforme a estação, que enferrujam se estiverem expostas à chuva. Deus, tanto na chuva quanto no Sol, tanto no Inverno quanto no Verão, permanece o mesmo.
Tudo o que é visível é limitado, é mutável, e se estivermos presos a tais coisas, seremos como elas: instáveis. Vejamos o exemplo das pessoas que são bipolares, vivem como ondas num mar: ora empurradas para cima, face à força do Oceano, e a força gravitacional, por exemplo, da Lua (que influencia as marés); outrora desce influenciada pela força gravitacional da Terra. A que força gravitacional estamos ligados? Certa vez, o Autor espanhol J. J. Benittez afirmou que assim como existe a Lei da Gravidade que nos prende à Terra, existe a Lei do Amor, que nos prende a Deus. Somente através do Amor é que iremos embelezar nosso desejo de estar junto, ser junto com Deus.
A frase de Da Vinci foi levemente contextualizada por Gilberto Gil na música “Amarra o teu arado a uma estrela”. Esta música nos faz lembrar de algo belo ao dizer que:
“Se os frutos produzidos pela terra Ainda não são Tão doces e polpudos quanto às peras Da tua ilusão Amarra o teu arado a uma estrela E os tempos darão Safras e safras de sonhos Quilos e quilos de amor Noutros planetas risonhos Outras espécies de dor”

Não se trata de fugir da realidade, mas pintar ela com o colorido dos sonhos. É revestí-la com os nossos desejos. Ora, se revestimos nossa família, os amigos, uma luta social pelo desejo de ser um com Deus, poderemos transformar o finito em algo infindo!!
Precisamos urgentemente resgatar a qualidade de nossos desejos e sonhos. Trazê-los do futuro para o presente é uma questão de postura, de modo de agir e reagir. Se vivermos de acordo com nossos sonhos, poderemos até ter vários pontos de partida, mas somente um ponto de chegada, e ele nao será outro, senão aquilo que acreditamos desde o começo.
Pense nisso: construir belos sonhos é ser arquiteto de uma vida feliz.

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